Que adianta lamentarmo-nos pelo que já passou ou sofrer por antecipação, mesmo que seja pelos outros?!... Antes pelo contrário, seremos mais a entrar em depressão o que também não ajuda, sobretudo, se tivermos o nosso sustento e um tecto que nos abrigue, pelo menos por enquanto.
Assim, só nos resta pôr as mãos ao alto numa prece sentida de graças pelo que temos, e dar o melhor de nós naquilo que soubermos fazer ou aprender a fazer. Resta-nos chegar a quem estiver à nossa porta, ou precise do nosso apoio ou do nosso coração. E se não nos podemos sentir culpados por aquilo que se está a passar, também não podemos deixar de ter esperança em melhores dias quando eles chegarem. Cada um tem o seu destino e a sua responsabilidade. Aceitemos o que o destino nos reservar, vivendo cada dia como se fosse o último, como diz a canção. Sorvendo ao máximo o que de bom ele tiver para nos dar no dia de HOJE.
Vivamos o dia de HOJE, sem lamentos para quem tem saúde, mas no propósito de que ele possa servir para aguentar os embates das ondas da vida que a tornam mais sofrida, mas que resistindo a elas, nos torna mais fortes. Qual rocha mais rija e bela que um dia se tornará cascalho ou mesmo uma das areias mais finas, ou até mesmo cinza se incinerada, capaz de recomeçar o seu ciclo a serviço da Natureza para formação de novas rochas, ou como cimento no recomeço da reconstrução das nossas casas, das nossas cidades, do nosso Mundo, numa nova forma de coexistência.
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