terça-feira, 28 de abril de 2020

DESTINO E RESPONSABILIDADE..








Nenhuma mão é a mais nesta luta que enfrentamos.... A cada um a sua responsabilidade. Depois do leite entornado pouco há a fazer. Agora só resta recomeçar. Perante tanta adversidade que o Presente nos traz, que fazer? Utilizar as nossas mãos, os nossos pés, o nosso corpo da melhor forma que sabemos, para que, no meio de tanta desgraça que grassa à nossa volta, possamos partilhar aquilo que melhor sabemos fazer. Estar na linha da frente garantindo que os estragos causados sejam minimizados. Se mais não formos capazes de fazer, podemos tocar, cantar, dançar, pintar, desenhar ou escrever para tornar este fardo mais leve. Usar as mãos e até só os seus dedos que normalmente são dez. E se para além disso mais não podermos dar, temos a possibilidade de rezar uma prece tal como a soubermos, como Fernando Pessoa que se considerava ateu.

Que adianta lamentarmo-nos pelo que já passou ou sofrer por antecipação, mesmo que seja pelos outros?!... Antes pelo contrário, seremos mais a entrar em depressão o que também não ajuda, sobretudo, se tivermos o nosso sustento e um tecto que nos abrigue, pelo menos por enquanto.

Assim, só nos resta pôr as mãos ao alto numa prece sentida de graças pelo que temos, e dar  o melhor de nós naquilo que soubermos fazer ou aprender a fazer. Resta-nos chegar a quem estiver à nossa porta, ou precise do nosso apoio ou do nosso coração. E se não nos podemos sentir culpados por aquilo que se está a passar, também não podemos deixar de ter esperança em melhores dias quando eles chegarem. Cada um tem o seu destino e a sua responsabilidade. Aceitemos o que o destino nos reservar, vivendo cada dia como se fosse o último, como diz a canção. Sorvendo ao máximo o que de bom ele tiver para nos dar no dia de HOJE.

Vivamos o dia de HOJE, sem lamentos para quem tem saúde, mas no propósito de que ele possa servir para aguentar os embates das ondas da vida que a tornam mais sofrida, mas que resistindo a elas, nos torna mais fortes. Qual rocha mais rija e bela que um dia se tornará cascalho ou mesmo uma das areias mais finas, ou até mesmo cinza se incinerada, capaz de recomeçar o seu ciclo a serviço da Natureza para formação de novas rochas, ou como cimento no recomeço da reconstrução das nossas casas, das nossas cidades, do nosso Mundo, numa nova forma de coexistência. 




Sem comentários:

Enviar um comentário