segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

ERICEIRA DEBRUÇADA SOBRE O MAR - NO EXTREMO OCIDENTAL DA EUROPA CONTINENTAL




Para Sul e ao fundo, vê-se o Cabo da Roca a ponta mais Ocidental da Europa continental. Que, como descreve Luís de Camões, o nosso poeta maior, é "o local onde a terra acaba e o mar começa".  Aqui, debruçada sobre a escarpa, encontra-se a Ericeira. Pequena vila piscatória, hoje, essencialmente turística.  


Capela de S. Sebastião


É Domingo. Dia de Inverno soalheiro. As famílias passeiam-se tranquilamente ao longo do paredão. Ouve-se o bater das ondas, nas rochas abaixo da escarpa, acompanhando-nos na nossa caminhada em que a visão da imensidão do oceano nos leva até ao horizonte. 



Altaneira sobre o mar, a Capela de São Sebastião remonta aos séculos XV/XVI e encontra-se na zona norte da vila da Ericeira, junto às praias do Algodio e São Sebastião. A pequena ermida situada fora da vila, com o interior totalmente forrado a azulejos, tem origem na Idade Média e uma arquitectura muito peculiar. 


 
(Foto retirada da NET)


 Ainda para Sul, estende-se a Praia do Algodio...


Para Norte, prolonga-se a Praia de S. Sebastião, apertada entre as franjas de espuma das ondas do mar e a arriba escarpada encimada pelos carnudos chorões com as suas exóticas flores rosadas...





A inclinação da copa das árvores é bem testemunho dos ventos dominantes que vêm do mar... Ao caminharmos ao longo do paredão vamos desembocar numa arriba de onde se vislumbra uma das praias da zona em que se pratica o "surf"...



Hoje, o mar não está bravo. Mas, também não está tão manso como o ar, sendo propício para praticar o "surf"; actividade tão característica desta zona da costa de Portugal.



Por aqui se faz a saída Norte da Ericeira, onde se localiza o seu parque de campismo com os seus "bungalows" de madeira castanha, envoltos por um pinhal cerrado e com uma vista privilegiada sobre o mar. Local onde, os amantes do mar e da vida ao ar livre, encontram bons motivos para visitar esta terra acolhedora.




(Fotografias tiradas em 25 de Fevº 2018)






(Vídeos retirados da NET)


domingo, 18 de fevereiro de 2018

"Para Sempre" - Poema de Carlos Drummond de Andrade dedicado à nossa mãe




Minha mãe; minha melhor amiga; mulher da minha vida... A si dedico este poema de Carlos Drummond de Andrade. Hoje, que o tempo a tem maltratado, apesar de toda a força interior, relembro a mulher brava e lutadora que tem sido sempre ao longo da vida. Vida que agora teima em deixá-la mais frágil apesar da sua força de viver. "Mãe", palavra cara a todo o ser humano, não é por isso excepção... A força que hoje lhe vai faltando terá de a encontrar, ainda que seja em nós seus filhos que lhe devem muito mais que a própria vida...

Para Sempre


Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.


(Poema de Carlos Drummond de Andrade; Imagem retirada da NET)



 "Com três letrinhas apena
Se escreve a palavra MÃE
      É das palavras mais pequenas
 A maior que o Mundo tem"

Pequeno poema que aprendemos na escola primária e que, mesmo em adultos,  é uma referência... Hoje, aprendemos outras palavras pequenas, mas aquela obriga-nos a dizer: __ Obrigada/o pelo colo que nos foi dando ao longo de uma vida.


sábado, 17 de fevereiro de 2018

"AS MINHAS ASAS BRANCAS" - de Almeida Garret





Almeida Garret




Era menina. Naquela fase da vida em que tudo esperam de nós. É a Natação, o Judo, a Equitação e até mesmo que saibamos declamar Poesia. Este foi um dos poemas que aprendi. Aos anos que não o relembrava. Hoje, aqui está ele, "As minhas asas brancas", de Almeida Garret. Que saudade, meu Deus, do tempo que já vivi!... Serões em que sem TV ou computadores nos entretínhamos em amena cavaqueira até à hora de deitar. Na varanda da casa, no ameno da noite africana, ouvindo os grilos lá fora, a conversa saía tranquila e a descoberta de autores portugueses ia-se fazendo sem tempo nem pressas... O cheiro da terra misturava-se com o dos cabelos lavados antes do jantar. O tom, as pausas, a inflexão da voz, tudo nos fazia sentir crescer aos olhos atentos dum pai que nos mostrava: a música e ritmo da Poesia; a beleza das palavras e do jogo com elas...





"As Minhas Asas



Eu tinha umas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Que, em me eu cansando da terra,
Batia-as, voava ao céu.

— Eram brancas, brancas, brancas,
Como as do anjo que mas deu:
Eu inocente como elas,
Por isso voava ao céu.

Veio a cobiça da terra,
Vinha para me tentar;
Por seus montes de tesouros
Minhas asas não quis dar.

— Veio a ambição, co'as grandezas,
Vinham para mas cortar,
Davam-me poder e glória;
Por nenhum preço as quis dar.

Porque as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Em me eu cansando da terra,
Batia-as, voava ao céu.

Mas uma noite sem lua
Que eu contemplava as estrelas,
E já suspenso da terra,
Ia voar para elas,

— Deixei descair os olhos
Do céu alto e das estrelas...
Vi entre a névoa da terra,
Outra luz mais bela que elas.

E as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Para a terra me pesavam,
Já não se erguiam ao céu.

Cegou-me essa luz funesta
De enfeitiçados amores...
Fatal amor, negra hora
Foi aquela hora de dores!

— Tudo perdi nessa hora
Que provei nos seus amores
O doce fel do deleite,
O acre prazer das dores.

E as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Pena a pena me caíram...
Nunca mais voei ao céu.








             (Poema de Almeida Garret, imagem retirada da NET)





sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

ESPERANÇA



"ESPERANÇA"



Há momentos em que parece que tudo se reúne para nos causar embaraço e tristeza... mas, se calhar, é a forma como olhamos os acontecimentos que fazem com que empolemos os aspectos negativos daquilo que nos rodeia. 

O hábito de olhar para as coisas com esperança e de esperar o melhor e não o pior, ajuda-nos a estar de bom humor o que espalha mais felicidade do que todas as riquezas do Mundo, como diz Alfred Montapert. Não temos que estar de bom humor ou sorrir 24 horas por dia, temos o direito de estar tristes e até chorar quando o sentimos, mas manter a tristeza, a raiva e o mau humor não resolverá os nossos problemas.

Quando nos sentimos afundar porque a saúde e o bem estar dos nossos se altera, resta-nos a ESPERANÇA. Esperança de que as coisas melhorem. Esperança que, como disse Santo Agostinho, tem duas filhas: a indignação e a coragem; a indignação que nos ensina a não aceitar as coisas como estão e a coragem a mudá-las.

Talvez não possamos alterar os factos na totalidade, mas certamente que poderemos encarar com mais coragem o que possa ser feito para melhorar a situação... E é isso que tem que ser feito: procurar resolver o que pode ter solução e aceitar o que não puder ser modificado.



(Imagem retirada da NET)



segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

PAIS - APOIO E RECTAGUARDA...





"Os filhos precisam de ter um pai que os espere quando regressam dos seus fracassos", diz o Papa Francisco. De facto, não há como ter a aceitação de quem nos quer bem, para enfrentarmos os desafios da vida que nem sempre correm de feição, de forma a ganharmos balanço para voltar a ir em frente. Porém, quando essa aceitação é demasiada, se calhar, fica-se sem folego para novos voos. Torna-se mais fácil abrigarmo-nos nos braços que nos acolhem, sem uma verdadeira vontade de vencer. Por isso, muitas vezes fica nos pais a dúvida de como agir em relação aos seus filhos, apesar destes saberem que podem contar sempre com a sua rectaguarda. Nós, pais, estaremos sempre para os receber, mas temos que lhes dar a liberdade de voarem sozinhos apesar das tempestades... apesar de se nos poder apertar o coração... apesar de termos até mesmo que os empurrar do ninho, se preciso for... 




Tal como nas aves, temos que deixá-los voar bem alto ao encontro dos seus pares, para poderem procurar o seu rumo ainda mesmo que longe do seu porto de abrigo que somos nós.



(Imagens retiradas da NET)







ERICEIRA NO INVERNO - PORTUGAL






Domingo de Carnaval. Dia de Inverno e alguma chuva. Aproveitámos uma aberta para visitar o centro da Ericeira. Uma perspectiva diferente da do Verão. Hoje, pouca gente anda nas ruas, o tempo não convida. Mas Ericeira é sempre Ericeira e não deixa de ter o seu encanto. Terra de "surf" e marisco, do azul e branco, debruça-se sobre o mar trazendo-nos a história de outros tempos e um presente de turismo, "surf", pesca e prazer de estar e passear...













Debruçada sobre o mar, traz-nos também o cheiro a maresia; mostra-nos os artefactos da pesca e os barcos que hoje, Domingo, descansam junto à areia da praia... Desta Praia dos Pescadores fugiu a família real para o exílio, aquando da implantação da República a 5 de Outubro de 1910... Um dos momentos mais dramáticos da história desta vila pituresca vivido junto a estas escarpas que, hoje, são passeio de turistas e veraneantes.




Fotos tiradas em 11 de Fevereiro de 2018




quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

OS AMIGOS E AS ESTRELAS





"As verdadeiras amizades são como as estrelas, não as vemos a toda a hora, mas sabemos que elas existem..." Os amigos serão raros, mas, quando os temos, podemo-nos considerar uns privilegiados. O podermos escolher a nossa estrela para alguns deles, torna-nos especialmente felizes. 
 

Hoje, recebi este E-mail de que gostei particularmente:

"Quando um pássaro está vivo, ele come as formigas, mas quando o pássaro morre, são as formigas que o comem. Tempo e circunstâncias podem mudar a qualquer minuto. Por isso, não desvalorize nada à sua volta. Você pode ter poder hoje, mas, lembre-se: O tempo é muito mais poderoso que qualquer um de nós! Saiba que uma árvore faz um milhão de fósforos, mas basta um fósforo para queimar milhões de árvores. Portanto, seja bom! Procure fazer o bem!" 
 
"O tempo é como um rio. Você nunca poderá tocar na mesma água duas vezes, porque a água que já passou, não passará novamente. Por isso, aproveite cada minuto de sua vida e lembre-se:
Nunca busque boas aparências, porque elas mudam com o tempo. Não procure pessoas perfeitas, porque elas não existem. Mas busque acima de tudo, alguém que saiba do seu verdadeiro valor."
 
"Tenha 4 amores:
Deus;  
A vida;
A família;
E os amigos.
Deus porque é o dono da vida;
A vida porque é curta;
A família porque é única;
E os amigos porque são raros!..."


Os amigos serão raros, mas são eles que ajudam a iluminar o nosso céu e a torná-lo mais belo. Podemos escolher a nossa própria estrela  e partilhá-la ao longo da nossa curta vida com quem nos é mais próximo: a família e os amigos. Partilha essa que nos torna mais ricos e nos dá mais uma razão de viver. 



(Imagem retirada da NET)