quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

NATAL

 
 
 

(Imagem retirada da NET)
 
 
Que o Natal não seja só dias 24 e 25 de Dezembro...
 
 
 
 


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

"NATAL DE QUEM?" - (Poema de João Coelho dos Santos)

 
 
 
 
Pintura a óleo sobre tela inspirada em trabalho de Michael Naples 
 Dezembro / 2015 (*) 
 
Está a chegar o Natal e com ele esta mensagem que nos deixa a pensar:
 
 
NATAL  DE  QUEM?
 
Mulheres atarefadas
 
Tratam do bacalhau,
 
Do peru, das rabanadas.
 
- Não esqueças o colorau,
 
O azeite e o bolo-rei!
 
- Está bem, eu sei!
 
- E as garrafas de vinho?
 
- Já vão a caminho!
 
- Oh mãe, estou prá ver
 
Que prendas vou ter.
 
Que prendas terei?
 
- Não sei, não sei...
 
Num qualquer lado,
 
Esquecido, abandonado,
 
O Deus-Menino
 
Murmura baixinho:
 
- Então e Eu,
 
Toda a gente Me esqueceu?
 
 
Senta-se a família
 
À volta da mesa.
 
Não há sinal da cruz,
 
Nem oração ou reza.
 
Tilintam copos e talheres.
 
Crianças, homens e mulheres
 
Em eufórico ambiente.
 
Lá fora tão frio,
 
Cá dentro tão quente!
 
Algures esquecido,
 
Ouve-se Jesus dorido:
 
- Então e Eu,
 
Toda a gente Me esqueceu?
 
 
Rasgam-se embrulhos,
 
Admiram-se as prendas,
 
Aumentam os barulhos
 
Com mais oferendas.
 
Amontoam-se sacos e papeis
 
Sem regras nem leis.
 
E Cristo Menino
 
A fazer beicinho:
 
 - Então e Eu,
 
Toda a gente Me esqueceu?
 
 
O sono está a chegar.
 
Tantos restos por mesa e chão!
 
Cada um vai transportar
 
Bem-estar no coração.
 
A noite vai terminar
 
E o Menino, quase a chorar:
 
- Então e Eu,
 
Toda a gente Me esqueceu?
 
 Foi a festa do Meu Natal
 
E, do princípio , ao fim
 
Quem se lembrou de Mim?
 
Não tive tecto nem afecto!
 
Em tudo, tudo, eu medito
 
E pergunto no fechar da luz:
 
- Foi este o Natal de Jesus?!!!
 
 
 
(João Coelho dos Santos, in Lágrima do Mar - 1996)
 
 
 

domingo, 29 de novembro de 2015

"DE QUEM É O OLHAR?" __ Poema de Fernado Pessoa



 
Desenho a caneta inspirado em trabalho do Pinterest 
(Malay - 27/11/15)


De quem é o olhar
Que espreita por meus olhos?
Quando penso que vejo,
Quem continua vendo
Enquanto estou pensando?
Por que caminhos seguem,
Não os meus tristes passos,
Mas a realidade
De eu ter passos comigo ?

Às vezes, na penumbra
Do meu quarto, quando eu
Por mim próprio mesmo
Em alma mal existo,

Toma um outro sentido
Em mim o Universo —
É uma nódoa esbatida
De eu ser consciente sobre
Minha ideia das coisas.

Se acenderem as velas
E não houver apenas
A vaga luz de fora —
Não sei que candeeiro
Aceso onde na rua —
Terei foscos desejos
De nunca haver mais nada
No Universo e na Vida
De que o obscuro momento
Que é minha vida agora!

Um momento afluente
Dum rio sempre a ir
Esquecer-se de ser,
Espaço misterioso
Entre espaços desertos
Cujo sentido é nulo
E sem ser nada a nada.
E assim a hora passa
Metafisicamente.

(Poema de Fernando Pessoa)
 
 
 
 
Desenho a grafite HB inspirado em trabalho do Pinterest 
 Dezembro 2015 
 
 



quarta-feira, 25 de novembro de 2015

TEMPO...





Trabalho inspirado na "Persistência da Memória" de Dalí
(Pintura a óleo sobre tela/Novembro/2015)(*)



Em certa ocasião alguém perguntou a Galileu Galilei:
 _ "Quantos anos tens?"
 _ "Oito ou dez", respondeu Galileo, em evidente contradição com sua barba branca.
E logo explicou:
 _ "Tenho, na verdade, os anos que me restam de vida, porque os já vividos não os tenho mais."
 


terça-feira, 3 de novembro de 2015

"O PEDINTE" - "PÁGINAS SOLTAS" - Poema de "ZÉ NINGUÉM"





Trabalho de técnica mista (Malay - 2008)




Sinto vontade de chorar,
mas não de um choro vulgar,
com uma ou outra lágrima.
Não, não é assim!
É um chorar em convulsão,
forte, violento, profundo,
até ficar exausto.
Talvez até nem seja deste Mundo!

Depois, vazio, sereno,
tentar encontrar o motivo,
a razão da tristeza, da solidão
que como uma fonte,
está sempre a nascer
dentro de mim!

Talvez seja, ou talvez não,
a minha condição de pedinte,
de mendigo de amor,
dum carinho, dum beijo,
ou apenas de uma flor!

Eu dei tudo quanto tinha,
ao desbarato,
sem olhar a quem,
nada mais me resta
para dar!
Agora, pobre de tudo
e de sacola vazia,
sem nada de ninguém,
sem mais nada para dar,

Dão-me a mim,
por esmola,
um beijo que nada promete.
Mas mesmo assim,
guardo-o
na minha sacola!



(Poema de Zé Ninguém)


"PELO NATAL" - "PÁGINAS SOLTAS" - Poema de "ZÉ NINGUÉM"



Trabalho de técnica mista (Malay/2008)



Confortaste a minha alma muito triste,
com lágrimas a querer sulcar meu rosto,
pelo sofrimento a mim mesmo imposto,
sem lembrar-me de ti, que em ti existe.

Um coração de amor que 'inda persiste
no silêncio, sofrendo seu desgosto,
deste mal que por mim lhe fora posto,
triste mal, que de dor em si consiste.

Assim se peca, assim se é pecador!
E quem perdoa os pecados meus,
que perdoa assumindo a minha dor,

que esquece os sofrimentos que são os seus,
tem do que eu, p'ra dar, muito mais amor
e mais do que eu, estará perto de Deus! 



(Poema de Zé Ninguém)


 

"VIVENDO A VIDA NOS TEUS OLHOS" - "PÁGINAS SOLTAS" - Poema de "ZÉ NINGUÉM"




  
Trabalho de técnica mista (Malay/2008)



Esses olhos castanhos tão brilhantes,
tão vivos e raiados de esperança,
encerram inocência de criança,
num brilho parecido aos diamantes.


          São como os olhos meigos dos amantes,
          jurando sempre eterna uma aliança,
          numa volúpia de prazer que cansa,
          que dura apenas uns breves instantes...


Essa chama que arde o coração,
quando os olhos o fazem em ferida,
mostrando do amor a ilusão.


          Do nascer e morrer vivendo a vida,
          no prazer, na sublime sensação
          de amar uma ilusão muito querida.




(Poema de Zé Ninguém)


(Desenho a caneta - Malay/Outº/2015)




"ESQUECIMENTO?" - "PÁGINAS SOLTAS" - Poema de "ZÉ NINGUÉM"



  
Trabalho de técnica mista - (Malay/2008) 



Venho dizer-te que não me esquecia
dos versos que são teus, da poesia
que não é minha, e desta fantasia
que em verso para ti eu escrevia!

          Eu volto a ti: __ não cuides que morria
          em mim, que me esquecia um só dia,
          da silenciosa e doce alegria
          que esse teu olhar tem por companhia!

Não, amor. __ Havia em nós um desejo!
Tu e eu, qualquer de nós tinha medo.
Mas desejava, buscava o ensejo;

          ... e o olhar pedia que viesse cedo
          o momento do nosso amor num beijo,
          jurar este amor nosso que é segredo!




(Poema de Zé Ninguém)


"SEM TÍTULO I" - "PÁGINAS SOLTAS" - Poema de "ZÉ NINGUÉM"




Trabalho de técnica mista (Malay/2008)



A vida
querida
me prende
e obriga
a andar
assim
fugindo
'squecido
de mim,
na ânsia
de abraços,
sorrindo
chorando,
seguindo
teus passos...


... a sombra
de sonho
a sombra
da lua,
a graça
que passa,
a graça
que é tua!...




(Poema de Zé Ninguém)




"OS TEU OLHOS!" - "PÁGINAS SOLTAS" - Poema de "ZÉ NINGUÉM"





Quem não compreende um olhar tão pouco compreenderá uma longa explicação



C apazes são de sonhar
A olhar a minha vida!...
R ezando talvez por mim,
M esmo rezando a chorar,
I sso sei minha querida.
N ão te posso a ti negar...
D eixas ficar esquecida,
A vida, no teu olhar!...



(Poema de Zé Ninguém)




 
Desenho de um olho a caneta 0.2 inspirado em trabalho retirado do Pinterest
(Malay - 12/10/15) 




terça-feira, 6 de outubro de 2015

MAR

 
 
 
 
 
Paisagem marinha inspirada em trabalho de Ken Knight
(*) - Pintura a óleo sobre tela a pincel e espátula
(Setembro/2015) 
 
 

Mar tranquilo de paz e aceitação é o que te posso oferecer. As nuvens acastelam-se no horizonte mas a luz da esperança numa reconciliação vai-se mantendo. Até porque a chuva cai, molha, magoa, mas limpa das incertezas, ajuda a definir certezas e quereres que nos mantém vivos e agarrados à vontade de dias melhores.  



sábado, 12 de setembro de 2015

OEIRAS SOBRE O TEJO ( VERÃO / 2015) (LISBOA / PORTUGAL)







Forte Santo Amaro de Oeiras. Projectado sobre a Foz do Rio Tejo, este pequeno forte dá-se conta da entrada e saída de pequenas embarcações e de grandes navios que vêm visitar a bonita cidade à beira rio plantada que é Lisboa.

O paredão em Oeiras, ladeando a foz do rio Tejo, tem um pavimento adequado a quem se desloca a pé, de bicicleta ou de patins, e convida em tarde soalheira a um passeio agradável de onde vemos passar os grandes navios de cruzeiro.  


 
 
Chegou o fim de tarde, é a altura de os ver partir... Alguns são verdadeiras cidades ambulantes em que sonhos de uma vida se concretizam numa vida de bordo preenchida de momentos de descanso, recreio e lazer bem como no reconhecimento e visita a portos e cidades desta costa da Europa e não só. Aportaram em Lisboa. Agora, o destino é outro, neste ou noutro continente outras paragens os esperam.
 
 
 
(Passando frente ao Bugio) (Agosto / 2015)
 
 
Também o Farol do Bugio é testemunha deste vai e vem de embarcações que fazem sonhar quem para elas vai olhando imaginando-se de partida para esse mundo fora a bordo de grande paquete que deixa para trás uma Lisboa acolhedora com a sua bonita ponte suspensa sobre este rio Tejo. Rio que inspirou tantas gerações.
 
 
 
(Ponte 25 de Abril, Monumento dos Descobrimentos, Torre de Belém e Cristo Rei, ao fundo)
(Agosto/2015)
 
 
 
 
(Marina de Oeiras) (Agosto / 2015) 

Na Marina de Oeiras, os barcos são mais pequenos mas serão igualmente grandes no prazer que dão nos passeios que proporcionam paralelos a esta nossa Marginal cada vez mais cuidada.


 


UMA PRAIA ALGARVIA - ALTURA EM AGOSTO - (PORTUGAL)

 
 
 
 
 
O centro da vila. onde esplanadas e lojas proliferam nesta altura do ano - Agosto de 2015
 
 
Vários acessos fazem a ligação à praia, evitando a destruição da duna.
 

Um dos acessos que faz a ligação da praia ao hotel que se destaca na paisagem. 
 


É a hora do almoço. A maré está vaza. Os ocupantes dos toldos votarão à tarde.
 


Maré vaza.



Várias estruturas de apoio à praia...

 
 
 Final de tarde com a mará cheia. Ao fundo Monte Gordo.