quarta-feira, 18 de março de 2020

A ARTE RUPESTRE E O DESESPERO DE SE ESTAR FECHADO EM CASA...










"Fiquem tranquilos. Com 15 dias de escolas fechadas, as mães vão desenvolver as vacinas!", diz a mensagem que hoje me chegou a acompanhar estas fotografias. Sem dúvida, apesar da gravidade da situação, o humor é uma forma de procurar atenuar as nossas preocupações e ansiedades. Ansiedades essas acrescidas, para quem tem filhos pequenos em casa sem poderem sair à rua, pelos desaires e situações caricatas que sempre vão aparecendo. Por isso, a todos os pais fechados entre quatro paredes com os seus rebentos, lhes é pedido um reforço de paciência e bom humor a par das latas de leite em pó, papas, boiões de legumes e carne prontos a consumir...

Mas nem sempre só as situações de crise generalizada provocam este "cataclismo" que é ter crianças pequenas fechadas em casa. O problema já vem de longe e dos tempos de paz e sem crises a nível nacional e mundial...

Lembro-me bem daquele dia em que estava na sala ao telefone com uma amiga e do "hall" de entrada ouvia insistentemente: Ah um! Ah dois! Ah três!... Ah um! Ah dois!Ah três!... E a lengalenga continuava até que desliguei e fui ver o que se passava. Qual não foi o meu espanto ao ver a nova decoração das paredes... É que a cada Ah um! Ah dois!... correspondia um traço a lápis de cera na parede ( e acreditem que não há pior para se limpar e procurar que volte a ficar sem vestígios). Sorte a minha que ele só sabia contar até três a um ritmo cadenciado e lento. Imagine-se que contava até cem e rápido... Resultado: Tive que colar na parede do quarto dele um papel de cenário para que aí se entretivesse a fazer os seus "grafiti" a seu belo prazer. Escusado será dizer que quando chegava alguém a casa, pegava-lhe na mão e conduzia-o ao seu quarto para lhe mostrar a sua obra mural. Ainda bem que não se sentia um Diego Rivera, se não tínhamos arte até ao teto do quarto...

Também, para evitar desastres com papéis e revistas que não eram para mexer, me lembrei de arranjar um cesto com revistas velhas a que ele tinha acesso e a que podia fazer o de bem entendesse: rasgar escrevinhar ou o diabo a sete. Não sei se foi por acaso, mas resultou. 

Aqui ficam duas sugestões para as desesperadas mães que por estes dias têm que encarar com os seus pequenos artistas de palmo e meio dentro de casa e com as quais estou perfeitamente solidária. De uma mãe que já soube o que é ter-se em casa um potencial "artista do disparate", como quase todos são nesta fase da vida, mas que acaba por nos deixar saudades...





(Imagens retiradas da NET)




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