terça-feira, 14 de julho de 2015

TARTARUGAS

 
 
 Jardim Marechal Carmona - Cascais
(13/7/2015)
 
 
__"É aquela avô... é aquela tartaruga! É a minha tartaruga..."
 
__"Não filho a tua é pequenina, aquela é uma tartaruga já grande..."
 
__"Mas eu sei que é aquela... Aquela é a minha tartaruga..."
 
__"Não", diz a avó, " aquela só se fosse da tua mãe, de há trinta anos atrás..."
 
Ele continuou a defender a sua certeza. 
 
Fiquei calada a ouvir.
 
Também nós lá fomos anos atrás, antes do Pock e do Bob, deixar a nossa menina. Naquele mesmo lago no jardim Marechal Carmona em Cascais. Só que a nossa já ia grande. Logo que mergulhou desapareceu no lago e confundiu-se com as outras. Só então nos lembrámos de que a devíamos ter marcado de alguma forma. Talvez se fosse pequenina a conseguíssemos distinguir.
 
As gerações passam e os gestos são os mesmos. Para aquele menino a tartaruga dele não pôde crescer com ele porque ele ficou gravemente doente e tiveram que a levar para o lago. Ainda assim, ele via-a já grande e era "aquela" a sua tartaruga.
 
Ainda bem que há lagos onde se podem deixar as tartarugas que cresceram demais ou que não podem ficar connosco porque ficámos doentes. Como não as conseguimos distinguir, encontramos lá a "nossa" seja ela grande ou pequenina, tenha sido largada há meses ou anos atrás...
 
 
 
 

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