DOURO - Outono de 2018
REBELVA/CASCAIS - "MENSAGEIROS DA PAZ, INDIFERENÇA E INQUIETUDE…" Foi um "post" que escrevi sete anos atrás e que tão bem se aplica à situação que hoje vivemos quando fechamos a porta de um tempo que não volta mais. Resolvi repescá-lo agora que, ao passar no Douro, encontrámos também casas abandonadas que tiveram os seus tempos áureos que hoje só se podem adivinhar… Não vimos pombos encarrapitados nos seus muros ou telhados, mas janelas emparedadas, portas fechadas e sinais de um abandono nostálgico sobre uma paisagem tão bela como é a das margens do Rio Douro… Aqui, na cidade, como lá no campo, fica a marca de um passado que já só poderia ser contado pelas paredes de pedra que o fecham ainda.
Faz sete anos, na Rebelva/Carcavelos, resolvi parar e fotografar as pombas que saltitavam sobre a casa em ruinas que ainda hoje lá está. Passo por lá no meu dia a dia, mas naquele dia estacionei o carro, peguei na máquina e carreguei no botão… Olhar aquelas paredes de pedra fez-me parar no tempo por uns instantes, fez-me olhar através delas. O mesmo sentimento aqui no Douro ou em Cascais e em tantos outros lugares...
"Hoje, são as suas asas cinzentas, as suas cabecitas curiosas, os seus bicos ternurentos e irrequietos que ocupam lugares que um dia foram de homens e mulheres "bons" ou "maus"; "apaixonados" ou "indiferentes"; crentes numa vida além da morte ou em que tudo o que se tem é o momento presente.
O tempo deu-lhes asas. Deixou-as voar. Agora viajam sobre o tempo. Saltitam entre as telhas, sobre as pedras que o tempo descarnou. Arrulhando em namoros descomprometidos, chamam a atenção de quem passa para o tempo de outros tempos.
Quem aqui viveu? Quem aqui nasceu? Quem aqui morreu? Que histórias de vida guardam estas pedras que teimam em resistir, estes caixilhos desgastados, estas paredes desbotadas e parcialmente desfeitas?!…
Paredes que guardam histórias. Histórias de vidas vazias, cheias de nada, sem objectivos traçados, simplesmente lançadas à passagem do tempo.
Histórias de gentes valorosas que se empenharam em grandes ou pequenas coisas, "certas" ou "erradas"... as possíveis do e no tempo que foi o seu.
Histórias que ficaram perdidas no tempo ou retidas na memória de quem ainda as conhece. Histórias de quem imagina o que poderá ter existido por trás das suas ruinas.
A "Desintegração da Persistência da Memória", de Dalí, foi um quadro que dentro de todas as limitações procurei reproduzir a pedido insistente do meu filho. "Desintegrar" na tela um muro pedra a pedra não me foi fácil. Precisei da mão da minha mestra. Levei tempo e paciência…
Mas, aqui, fi-lo com a rapidez de um "clic". Captei integralmente isso mesmo __ a "Desintegração da Persistência da Memória" __ Tudo tem um fim e, enquanto alguma coisa resta, fica a marca da sua passagem por insípida ou breve que seja.
Faz sete anos, na Rebelva/Carcavelos, resolvi parar e fotografar as pombas que saltitavam sobre a casa em ruinas que ainda hoje lá está. Passo por lá no meu dia a dia, mas naquele dia estacionei o carro, peguei na máquina e carreguei no botão… Olhar aquelas paredes de pedra fez-me parar no tempo por uns instantes, fez-me olhar através delas. O mesmo sentimento aqui no Douro ou em Cascais e em tantos outros lugares...
"Hoje, são as suas asas cinzentas, as suas cabecitas curiosas, os seus bicos ternurentos e irrequietos que ocupam lugares que um dia foram de homens e mulheres "bons" ou "maus"; "apaixonados" ou "indiferentes"; crentes numa vida além da morte ou em que tudo o que se tem é o momento presente.
O tempo deu-lhes asas. Deixou-as voar. Agora viajam sobre o tempo. Saltitam entre as telhas, sobre as pedras que o tempo descarnou. Arrulhando em namoros descomprometidos, chamam a atenção de quem passa para o tempo de outros tempos.
Quem aqui viveu? Quem aqui nasceu? Quem aqui morreu? Que histórias de vida guardam estas pedras que teimam em resistir, estes caixilhos desgastados, estas paredes desbotadas e parcialmente desfeitas?!…
Paredes que guardam histórias. Histórias de vidas vazias, cheias de nada, sem objectivos traçados, simplesmente lançadas à passagem do tempo.
Histórias de gentes valorosas que se empenharam em grandes ou pequenas coisas, "certas" ou "erradas"... as possíveis do e no tempo que foi o seu.
Histórias que ficaram perdidas no tempo ou retidas na memória de quem ainda as conhece. Histórias de quem imagina o que poderá ter existido por trás das suas ruinas.
A "Desintegração da Persistência da Memória", de Dalí, foi um quadro que dentro de todas as limitações procurei reproduzir a pedido insistente do meu filho. "Desintegrar" na tela um muro pedra a pedra não me foi fácil. Precisei da mão da minha mestra. Levei tempo e paciência…
Mas, aqui, fi-lo com a rapidez de um "clic". Captei integralmente isso mesmo __ a "Desintegração da Persistência da Memória" __ Tudo tem um fim e, enquanto alguma coisa resta, fica a marca da sua passagem por insípida ou breve que seja.
Está aqui a importância de HOJE: "Hoje" o tempo que nos resta para termos a lembrança de nós e dos que vivem connosco o nosso tempo e a nossa memória… Até porque, bem ou mal, somos nós também quem faz o tempo presente!"
(Rebelva - Fotografias tiradas em Junho 2011)
Hoje resolvi tal como aconselhaste usar o TM para espreitar o teu Blog. Dou-te os parabéns pois foste capaz de com muita simplicidade mostrares a tua sensibilidade em relação a diferentes temas. Continua nessa actividade pois dá gosto ler o que escreves.Beijinhos
ResponderEliminar