terça-feira, 3 de maio de 2022

RETRATOS A SANGUÍNEA SOBRE FOLHA DE COR








Este foi um trabalho solto e que adorei fazer. Camada sobre camada, fui aplicando a sanguínea e pastel seco branco... mais um traço,  mais um reforço do branco, outra vez a aplicação da sanguínea... até que cheguei à fase de ir riscando aqui e ali com traços soltos e despreocupados. Então,  o prazer foi reforçado. Libertamo-nos completamente, embora não deixando de tentar uma aproximação, tanto quanto possível, da fotografia. Neste caso, gostei muito do resultado final.



 

Também neste trabalho adorei fazer a aplicação da sanguínea e do pastel branco.... mas, o resultado final, no que respeita à fidelidade à fotografia não me satisfez. Talvez fossem detalhes de luzes e sombras... caso dos dentes, que são essenciais para a definição da boca, e que foi muito difícil reproduzir. Talvez tenha dado um ar pesado ao rosto, ao riscar demasiado e feito marcações muito fortes. Ao comparar o desenho com a fotografia, pedacinho a pedacinho, parecia-me estar tudo mais ou menos no lugar, mas a realidade é que não funcionava como um todo. Que fazer? Desistir? Insistir? 





Estive para desistir e recomeçar de novo... Mas não. Sem grande rigor e de uma forma solta, dei mais umas sombras, mais uns pontos de luz, fiz mais uma correcção aqui e ali, suavizei um pouco ... o cabelo ficou muito mais solto, e cheguei a um final que me parece um pouco mais satisfatório e equilibrado. Ainda assim não sei se irei ficar por aqui... 





Pois é, ainda dei mais uns pontos de luz e fiz mais umas pequenas correcções ... agora, penso que não consigo fazer mais nada para tornar o retrato mais leve, expressivo e solto. Finalmente, consegui o equilíbrio que pretendia.





Estes foram os dois primeiros retratos que fiz a sanguínea tentando fazer a sua reprodução a partir de uma fotografia. Correram bem.  No caso do jovem, segui um pouco à risca as soluções dadas pelo tratamento do "Sketch Photo", enquanto que no retrato da moça, fui mais livre e não tive a preocupação de seguir a fotocópia com rigor. Procurei dar-lhe um cunho mais pessoal, libertando-me mais. No entanto, tanto num como no outro dos retratos, gostei do resultado final. Foi uma boa experiência...




O material a utilizar não podia ser mais reduzido: a folha de papel colorida para pastel, o pauzinho de sanguínea e o de pastel seco branco, para além de uma borracha para "limpar" o papel de manchas indesejáveis. Não esquecendo o "spray" fixativo para carvão e pastel seco. Querendo fazer a "batota", pode ainda utiliza-se a fotocópia da fotografia, para se poderem marcar os pontos principais do desenho com a ajuda de um papel químico ou de um lápis de grafite macio que, ao preencher o verso da fotocópia, funciona como papel químico (que, para mim, não marca tanto e que se pode apagar mais facilmente, se houver necessidade disso...)

Na fotografia seguinte, está um exemplo da preparação da folha com a grafite:
  


Não nos podemos esquecer ainda dessa ferramenta preciosa que é o telemóvel, que nos permite com mais precisão ir fazendo comparações entre a fotografia e o desenho que estamos a executar. O que nos facilita encontrar erros de pormenor e, inclusivamente, de perspectiva e proporções...



De resto, é pôr mãos à obra e ir fazendo os ajustes necessários com paciência e empenho... É um exercício essencialmente de observação e em que, muitas vezes, o olhar de quem está "de fora" nos pode ajudar a encontrar erros como os de proporções, formas ou situações de que, quem está envolvido, muitas vezes, não se apercebe.






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