MÃO QUE PRENDE É MÃO QUE SOLTA

 

BREVE HISTÓRIA DE UM HOMEM BOM

 

 

Deixou um rasto de felicidade, aceitação, compreensão, bom humor e sentido de humor para além da afabilidade e do cavalheirismo com que se dirigia a toda a gente, bem como na forma como lidava com os animais fossem eles gatos, cães, aves (como os garnisés que tanto admirava pela sua galhardia), peixes, carneiros, etc, etc, etc...

 

Um dia, pouco antes de partir, disse-nos:" já plantei um pinhal, um cerejal, já cumpri a minha missão...". Não sabendo ele que plantou, muito daquilo que era, nos corações  de quem com ele conviveu.

 

Para todos, é unânime a sua aceitação como homem de bem, de paz e de apaziguamento, para além de benemérito em muitas causas ou de apoio para tanta gente ao longo de toda a sua vida, dentro e fora da família.

 

 

Homem simples, sempre desvalorizou momentos de "glória", de poder ou o que quer que fosse que o destacasse dos seus pares. Para ele, o essencial, era a Amizade dos amigos, o Amor da família, a defesa do que sentia como justo e honesto. Tinha um sentido de humor finíssimo e um sentido de vida que  passou para além do dia da sua morte pelas lembranças e palavras escritas que deixou à família e amigos.

 

Tudo isto me faz ter o orgulho que sinto no homem discreto e culto que, até no momento da sua partida, quiz evitar a "chatice",(incomodo), aos seus amigos para um último adeus. Para ele, o desgosto deveria ser guardado para nós próprios. Havendo, quando muito," palavras a proferir ou préstimos a oferecer no recato e por ocasião de uma visita privada".  

 

Tudo isto me faz ter orgulho neste homem que mais me marcou ao longo de toda a vida e que vejo reflectido nas palavras, no rosto e nos olhos dos que com ele privaram de perto. Tal como acontece a todos os homens que passam pela vida vivendo-a com prazer e gentileza de atitudes e acções que geram lembranças e sentires que passam além das gerações, este homem que foi meu pai, é mais um exemplo daqueles que partem e nos ajudam a tornar-nos melhores..