(30 de Abril de 2017)
Sinto que a verdadeira guerra à doença começou agora. O primeiro tratamento de Quimioterapia correu bem e não foi doloroso, o ambiente era bom, as pessoas atenciosas, o ter companhia, um telemóvel e um livro para ler ajudou a passar o tempo duma forma quase que agradável.
A cirurgia já passou e o organismo já recuperou quase na totalidade. Agora temos uma luta de poucos meses pela frente __ a Quimioterapia... Uma boa aliada, mas que vai implicar algumas batalhas. Para as quais temos outros aliados: a medicação específica, uma atitude positiva perante a situação, o apoio de quem está connosco, cuidados com a alimentação, higiene, exercício físico, descanso e resguardo de situações que possam provocar infecções ou hemorragias...
Na primeira noite vomitei, tive um pouco de diarreia, mas tudo passou, com ajuda de medicação específica. Apesar de ter tomado nos dois primeiros dias cortisona para evitar situações alérgicas, sinto a pele da cara e pescoço vermelha e quente, algum cansaço... de resto está tudo bem. Para já, foram estes os efeitos secundários do tratamento de Quimioterapia que não só irá actuar sobre as potenciais células cancerígenas como também sobre as células saudáveis, como é o caso dos glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas sanguíneas. Daí que seja necessário utilizar-se, para compensar, um medicamento que estimule a medula óssea a produzir glóbulos brancos e glóbulos vermelhos por via subcutânea.
Esta será a verdadeira guerra a travar daqui para a frente, tentar repor, o mais rapidamente possível, as células sanguíneas destruídas pelas substâncias utilizadas para destruir as células cancerígenas e evitar as consequências da diminuição dos glóbulos brancos, dos vermelhos e das plaquetas sanguíneas. Para isso, hoje, no dia 3 a contar do início do tratamento, já fiz a primeira injecção do medicamento estimulante da actividade da medula óssea que se repetirá por mais quatro dias. Assim, a capacidade de produção daquelas células essenciais para a defesa do organismo, transporte do oxigénio e coagulação do sangue será aumentada. Até que ao fim de 21 dias o organismo deva estar pronto para receber uma nova carga de Quimioterapia que destrua as células cancerígenas (que são células de divisão rápida), começando-se então um novo ciclo de tratamento. O número de ciclos de tratamento varia consoante a situação concreta, no meu caso, serão cinco ou seis ciclos de tratamento. O primeiro já começou!...
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