sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

ALENTEJO (SERPA) - NOSSA TERRA TRANSPORTADA

 





ALENTEJO


A lua que te ilumina,

Terra da cor dos olhos de quem olha!

A paz que se adivinha

Na tua solidão

Que nenhuma mesquinha

Condição

Pode compreender e povoar!

O mistério da tua imensidão

Onde o tempo caminha

Sem chegar!...


(Miguel Torga)


O MEU ALENTEJO


Meio-dia: O sol a prumo cai ardente,

Doirando tudo. Ondeiam nos trigais

D' oiro fulvo, de leve... docemente...

As papoilas sangrentas, sensuais...


Andam asas no ar; e raparigas,

Flores desabrochadas em canteiros,

Mostram por entre o oiro das espigas

Os perfis delicados e trigueiros...


Tudo é tranquilo, e casto, e sonhador...

Olhando esta paisagem que é uma tela

De Deus, eu penso então: Onde há pintor,

Onde há artista de saber profundo,

Que possa imaginar coisa mais bela,

Mais delicada e linda neste mundo?!


(Florbela Espanca)


A dois alentejanos de gema que Serpa, no Alentejo, um dia viu partir rumo à Capital em busca de novos horizontes, mas que levaram consigo, bem apertadinha no coração e na bagagem, a terra que os viu nascer.



Desenhos a carvão e pan-pastel num registo entre o clássico e o mais moderno




 

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