sexta-feira, 24 de maio de 2019

CHINELAS NA AREIA E A PASSAGEM DO TEMPO...






De chinelas nos pés ou descalços seguimos sobre a areia morna e seca ou molhada pela água do mar que vai acompanhando o ritmo das marés; passadas mais ou menos largas; e eis que chega o momento de sentar na areia, deixar cair os corpos suados e abandonar as pernas lado a lado, num relaxamento total de satisfação e de algum cansaço. Um momento para repousar, relaxar, conversar ou simplesmente estar; deixar os ouvidos acompanharem o bailado do som das ondas que languidamente vão e vêm; deixar os olhos passearem-se pela paisagem que vai mudando com a hora do dia; sentir a presença de quem mais não quer do que a presença de quem está a seu lado num diálogo que não precisa de palavras, numa entrega descomprometida  ...  

Os anos vão passando, mas quando o que mais queremos é estar juntos nos momentos possíveis e em completa sintonia e desapego de tudo que possa ser supérfluo, numa entrega total ao momento presente, todos os escolhos que se nos deparem parecem de menor importância e renascemos com uma nova força para continuar... Assim é e tem sido ao longo dos anos... Por quantos mais, não se sabe, mas muitos e muitos já foram.

Pegadas deixadas na areia que rapidamente se apagam e nos lembram que a vida é isso mesmo. São traços que vamos deixando ao longo do caminho, acompanhados ou sozinhos, e que breve se apagam com a subida das marés mas que ficam na lembrança duma partilha que por nada queremos trocar... São momentos efémeros, mas que distribuídos na passagem dos anos se perpetuam na passagem do tempo e nos trazem o sentimento de pertença a alguém ou a algum lugar.  







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