sexta-feira, 31 de março de 2017

BETERRABA - PREGOU-ME UM SUSTO!...






Fui à casa de banho e a urina veio avermelhada... Grande susto! Agora só faltava mais esta. Toca de tirar uma amostra para análise. O que poderá ter sido?! Ainda da anestesia, do antibiótico?... Susto ainda maior, também as fezes vieram demasiado escuras ao longo do dia. Seria presença de sangue na urina e/ou nas fezes?




É então que me lembro: só se foi da beterraba que comi. Vai de procurar na NET, essa enciclopédia universal. Ficámos descansados. De facto, só pode ter sido da beterraba. E, aqui vai a explicação, embora eu não manifestasse nenhum dos sintomas referidos para além da cor das fezes e urina: 


"Para digerirmos bem, temos de mastigar bem e de ter um bom estômago, ou seja um estômago que produza ácido suficiente para "partir tudo em pedaçinhos bem pequenininhos".

Se o estômago diminuir a secreção de ácido, podemos estar perante um problema chamado pela Medicina de Hipocloridria Gástrica, que se traduz em diarreias com restos de comida, obstipação, mau hálito, sensação de enfartamento após as refeições e com o tempo podemos ter deficiência de cálcio, de ferro, zinco, Vitamina B12, até dificuldade em controlar o crescimento de microrganismos indesejáveis no trato digestivo.



Uma forma caseira de verificar se estamos a produzir ácido em quantidade suficiente para fazer bem as digestões, é através do Teste da Beterraba.

Quando o estômago tem pouco ácido, não é capaz de metabolizar e assimilar os pigmentos avermelhados da beterraba, por isso para se saber se está a produzir ácido estomacal suficiente para fazer uma boa digestão, pode fazer-se o seguinte teste:


Beber durante 2 dias 1 copo de sumo de beterraba, a que se pode juntar cenoura e maçã.



Também se pode comer, juntamente com a salada, beterraba ralada.



Nos dias seguintes, verificar a urina e as fezes. Se apresentarem uma coloração avermelhada, indica uma incapacidade  para metabolizar o pigmento betacianina, o que indica uma insuficiência de ácido estomacal. Este composto da beterraba atravessou todo o aparelho digestivo sem sofrer qualquer alteração, simplesmente não foi digerido.

Se a urina ou fezes, uns dias após comer beterraba não apresentarem coloração avermelhada, isso indica que se faz bem a digestão, porque se se digere a betacianina também se digere os compostos dos outros alimentos."



"Fazer bem a digestão é o primeiro requisito para se manter a Saúde."




(Imagens retiradas da NET)






quinta-feira, 30 de março de 2017

CANCRO DA MAMA - O PÓS-OPERATÓRIO




Fundação Champalimaud - 29/3/17



O dia estava de sol numa Primavera radiosa. Fui à primeira consulta de enfermagem após a alta. Estava tudo bem, embora ainda apresentasse algumas equimoses, algum inchaço e incómodo nas zonas mexidas na cirurgia e zonas envolventes.

O meu receio quanto ao pós-operatório foi ultrapassado.

Fiquei a saber que logo após a cirurgia, não se pode beber nada de líquidos, apenas o molhar os lábios secos com uma esponjinha, só depois um chazinho; o chazinho acompanhado de uma torrada, uma fruta cozida e/ou um iogurte; e, só bastante mais tarde, a comida normal. Aliás uma comida variada e equilibrada, que, no hospital, apesar de ser de dieta moderada era óptima. Tudo isto por causa da anestesia e do tempo que se ficou em jejum antes da cirurgia, provavelmente.

No hospital, a medicação para as dores, anti-inflamatório e o antibiótico, eram ministradas através do soro até a alta se aproximar, altura em que passei a tomar o analgésico e o antibiótico via oral. Medicação essa que continuou em casa. Assim, não tive quase dores nas zonas operadas ou de inserção do tubo do dreno , apenas umas picadas e um incómodo normal depois de tanta mexida na mama e na axila. O incómodo maior sinto-o na zona de atrito provocado pela movimentação do braço, não sendo coisa que o tempo e algum descanso do mesmo não cure.




Massagens ligeiras sobre a mama; gelo durante aproximadamente três dias em casa depois da alta; mudança do penso com bastante creme desinfectante e hidratante sobre as suturas e zonas afectadas; manutenção de um sutiã com abertura à frente de dia e de noite; descanso e paciência, para além de não se fazerem esforços com o braço, são os requisitos para uma recuperação que se quer rápida.

Sei que tive e tenho muitas ajudas, mas o pós-operatório não é assim tão medonho. E, o saber que desta forma as primeiras etapas de combate à doença estão passadas, dão uma confiança que nos ajuda enfrentar com mais força esta fase. Vamos ver como evolui agora.

Continuo firme na minha convicção de que o importante é detectar-se a tempo a existência do cancro pois, numa fase precoce, a intervenção a fazer-se é tolerável. E, assim, esta palavra tão assustadora, deixa de ter tão grande impacto.   



  

quarta-feira, 29 de março de 2017

CANCRO DA MAMA - A CIRURGIA




Fundação Champalimaud - 23/3/2017


Manhã cedo rumámos para a Fundação. Depois da chuva, o Sol irrompia por entre as nuvens numa promessa de que tudo correria bem. Havia que fazer a marcação do gânglio sentinela antes de seguir para o hospital. Dirigimo-nos à Medicina Nuclear. Quatro picadinhas em torno do mamilo para injectar uma substância radioactiva. Enfiaram-me dentro de uma máquina que iria fotografar a mancha deixada pela passagem do produto. E, ao fim de meia hora, lá estava ele... - o gânglio sentinela. Foi marcar a sua projecção cutânea na pele com uma caneta. Tivemos sorte porque a procura foi rápida. Com o resultado na mão, seguimos para o hospital onde a intervenção iria ser feita.




Dada a entrada no hospital, fui para o quarto onde fui preparada para a intervenção. Mudança de roupa para a bata do hospital aberta atrás; meias de compressão;  cateter para o soro... Já não trazia nem brincos, nem anéis. Deitei-me confortavelmente na cama com rodinhas. Íamos mudar de piso. Despedi-me dos meus e lá fui, ao longo dos corredores e no elevador, já com o soro na veia. À hora prevista entrei no bloco para a cirurgia. Foi tudo muito rápido. Passaram-me da cama para a mesa de operações; puseram-me uma touca verde a tapar os cabelos; a anestesista avisou-me de que iam fazer a anestesia; senti alguma movimentação no bloco; vi o meu médico que me ia operar sorrir-me e ouvi-o dizer-me que estávamos prontos para começar, que tudo ia correr bem... Fez-se o vazio.

Acordei no recobro com uma enfermeira gentil e sorridente que me dava as boas vindas e me assegurava que tinha corrido tudo bem.

Mais tarde, já no quarto, o cirurgião passou. Tinham retirado tudo o necessário e o gânglio sentinela estava "limpo", o que é uma boa notícia. O resto seguia para análise.



domingo, 19 de março de 2017

A PRIMAVERA ESTÁ A CHEGAR...



Primeiros Príncipe Negro do ano - 19 de Março de 2017



"A Primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a Primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto Inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma Primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a Primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a Primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há Primavera, esta Primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a Primavera, dona da vida — e efêmera."


Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.


Lantanas - 19/3/2017



A Primavera está a chegar... Promessa de dias maiores, do Sol que brilha entre as flores, do cantar dos pássaros ao nascer e pôr do dia, das borboletas volitando pelo ar... tudo se torna mais leve e luminoso, sente-se uma nova energia e alegria voltar... Oh! Como gosto desta Primavera que não se faz esperar!...






A BICICLETA E A VIDA




Altura - Março / 2017




"A vida é feito andar de bicicleta: se parar você cai.
Vai em frente sem parar, que a parada é suicida, porque a vida é muito curta e a estrada é comprida.
Você sobe e você desce na escada da vida e às vezes parece que a batalha tá perdida e que você voltou pro ponto de partida.
Vai à luta, levanta, revida!


Vai em frente, não se rende, não se prende nesse medo de errar, que é errando que se aprende que o caminho até parece complicado e às vezes tão difícil que você se surpreende quando sente de repente que era tudo muito simples - vai em frente que você entende.


Boa sorte, firme e forte, vai com a força da mente.
Vai sabendo que não há nenhum peso que você não aguente.
Vai na marra, vai na garra, vai em frente.
E se agarra no seu sonho com unhas e dentes.
Pra saber o que é possível é preciso que se tente conseguir o impossível, então tente!
Sempre alimente a esperança de vencer.
Só duvide de quem duvida de você."



(Gabriel, o Pensador)



Uma pequena delícia, este poema que encontrei na NET. Vai em frente que a vida não é tão difícil assim, tentar os nossos limites ajuda-nos a descobrir o possível e acreditar que conseguimos vencer...





domingo, 12 de março de 2017

DIÁRIO DA VIDA DE UM CÃO - A PRIMEIRA VEZ QUE FUI À PRAIA





A bicicleta do homem das conquilhas...
Praia de Altura - (Algarve/Portugal)




Praia de Altura. A Primavera ainda não chegou, mas o dia convida. O vento foi para outras paragens, o Sol aquece-nos a pele, o marulhar da água das ondas chãs embala-nos os sentidos. A praia a perder de vista está quase vazia. Que belo dia para me estrear num passeio à beira do mar!...



Quem vê a praia de Inverno...



de manhã...


e ao pôr do sol...


Desde que cheguei a casa dos meus donos, faz pouco mais de três meses, poucas vezes saí de nossa casa e do quintal. Para passear, ainda menos. Era urgente começar a socializar e a descobrir um novo mundo diferente do do meu dia a dia. Tudo correu da forma mais agradável e calma possível.  

Pois é... que forma mais tranquila e gostosa do que, nesta altura do ano, em Altura, e em fim de Inverno, me levarem a descobrir o prazer de passear pela praia. Aceitei bem o arnês e a trela. Na praia descobri esse minúsculo granulado que é a areia sobre o qual andei sem manifestar grande incómodo enquanto as minhas patas saltitavam em passada miúda mas rápida e decidida; descobri os passadiços sobre as dunas feitos de traves de madeira e que nos conduzem ao areal; as bicicletas de quem por nós passava descontraidamente a pedalar; as crianças pequenas levadas pela mão dos pais ou dentro dos seus carrinhos; as conchas que, maiores ou mais pequenas, em cordões ou isoladas, ficaram largadas na areia lambida pela água do mar quando a maré estava mais alta; também os pilritos e os pombos que, nesta altura do ano, volitam em pequenos bandos em busca de sabe-se lá o quê para depenicarem na areia. Tudo era novo, mas foi encarado com descontracção e confiança logo após o primeiro impacto do desconhecido.

Os cheiros... oh! os cheiros... Quanta novidade. Farejei aqui este montinho de areia, ali aquela esquina do murete ou o poste de madeira, e outra vez um montinho de areia... As paragens eram breves mas interessadas. Apareceram ainda um ou outro cão que, com os respectivos donos, deambulavam pela praia aproveitando estes dois dias gloriosos de Inverno com sabor a Primavera. Porém, não me despertaram grande atenção.

Para mim e para os meus donos foi uma descoberta recíproca nesta relação que se vai tornando mais forte e confiante... Portei-me bem durante todo o tempo que estivemos fora de casa. Sem dúvida provei ser um bom companheiro do dia a dia mas também de viagem e de passeio...



segunda-feira, 6 de março de 2017

DÁ-ME A TUA MÃO






Dá-me a tua mão,
Vem... Anda passear comigo.

Ajuda-me a saltar as pedras da calçada.
Os tropeços são muitos,
Ajuda-me a seguir a caminhada.
Dá-me só a tua mão,
E não me digas mais nada.

Faça Sol ou esteja Lua,
Não largues a minha mão da tua.
Segura-me bem a ti.
Não me deixes ficar sozinha,
Nesta andança que agora é minha.



(Desenho a grafite HB, inspirado no Pinterest)



Centro Champalimaud - Lisboa/Portugal




sexta-feira, 3 de março de 2017

"FRUTOS" - TEMA PARA DESENHAR A PASTEL, CARVÃO E GRAFITE







Peras, maçãs, citrinos e cerejas, modelos óptimos para ensaiar o desenho a pastel seco ou de óleo, a grafite ou a carvão... São momentos de desafio e prazer que perduram no papel e se guardam para memória futura. Para que servem? Não se penduram nas paredes, não se emolduram nas estantes... Guardam-se em pastas e fazem-nos pensar: "__ Fui eu que fiz isto"... Não são "obras de arte". São simples cópias ou adaptações do que encontrámos, mas lembram-nos o prazer que nos deram enquanto cobríamos o papel com cores e formas que se conseguem identificar e dão algum gozo à vista e, porque não, à vida.




























Frutos, e caules em aguarela...




"Desintegração da Persistência da Memória" - ADAPTAÇÃO DE UM QUADRO





"DESINTEGRAÇÃO DA PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA" - de Salvador Dalí



A adaptação tão desejada do quadro de Dalí já está quase pronta. Faltam os últimos retoques. Entretanto, é engraçado ver a evolução que foi sofrendo ao longo da sua execução... Embora com algumas alterações, a paleta não variou muito.


















É um trabalho de alguma minúcia, embora não tivesse havido a intenção de ser feito com grande rigor. Daí o tempo que tem levado a fazer. Está quase pronto. Ainda falta realçar as luzes, dar algumas velaturas, corrigir alguns pormenores, mas no essencial está feito. Agora que tanto se fala em muros... estes tijolos têm dado que fazer!... Mas parece que vai valer a pena. Quem dera todos os muros fossem de consolidação da ligação entre os povos e as gentes e não da sua segregação.