"Recomeço" - mais uma janela aberta para o que nos rodeia ou para o nosso próprio estado de alma. Histórias de ontem, de hoje e, quem sabe, de amanhã...coisas da Vida, da Pintura, do Desenho, da Fotografia, da Escrita e da Poesia...
Como as aparências podem ser descriminatórias e certas pessoas são um exemplo de como as ultrapassar pelas qualidades que lhes são intrínsecas!... São exemplo disso estas duas mulheres: Barbra Streisand que assumiu o seu perfil como uma característica da sua personalidade e a tornou única. E Susan Boyle que, apesar da aparência física com que se apresentou na primeira vez que entrou em palco, arrepiou e fez envergonhar quem mais céptico, na plateia, se deixou levar pelo riso perante o seu aspecto físico menos atraente.
Personalidade, é isso, não se deixar abalar pelos cânones de beleza exterior e acreditar que a beleza interior e a fé nos nossos sonhos é o que realmente conta e tem valor.
"Houve muitas revoluções no século passado mas talvez nenhuma tão significativa como a revolução da longevidade. Hoje, estamos a viver em média mais 34 anos que os nossos bisavós."
"O terceiro acto" como Jane Fonda lhe chama, corresponde às ultimas três décadas de vida. É uma fase da vida em desenvolvimento com um significado diferente da meia idade, da adolescência ou da infância. Então como utilizamos esse tempo? Como é que o vivemos com êxito? Encarando o envelhecimento como uma escada de ascensão a um nível superior do espírito humano que nos conduz à sabedoria, à plenitude e à autenticidade. Acontece às pessoas com mais de 50 anos.
Vale pena ouvir as palavras desta mulher de 81 anos, atriz, escritora, activista política, ex-modelo e guru de exercícios físicos americana. São palavras que nos ensinam a enfrentar uma fase de revisão da vida que nos ajuda a pensar que temos que nos libertar e saber perdoar o que podemos considerar errado no nosso passado.
Até porque, de acordo com Viktor Frankl, " Tudo o que temos na vida pode ser-nos tirado, excepto uma coisa: a nossa liberdade de escolhermos como responderemos às situações. É isso que determina a qualidade da vida que vivemos, não se fomos ricos ou pobres, famosos ou desconhecidos, saudáveis ou sofredores. O que determina a nossa qualidade de vida é como nos relacionamos com essas realidades, que tipo de significado lhes atribuímos, que tipo de atitude lhes associamos, que estado de espírito permitimos que despoletem."
Como diz Jane Fonda, "não é ter experiências que nos torna sábios, é o reflectir sobre as experiências que tivemos que nos torna sábios, que nos ajuda a tornarmo-nos completos trazendo-nos sabedoria e autenticidade. Ajuda a tornarmo-nos naquilo que poderíamos ser."
"As mulheres mais velhas são o maior grupo demográfico do Mundo. Se podermos voltar atrás, redefinirmo-nos e tornarmo-nos completas, isso gerará uma mudança cultural no Mundo e dará um exemplo às gerações mais novas de forma a que possam repensar o seu próprio tempo de vida."
A vida é como um pião __ raramente roda da mesma forma. É a baraça que lhe dá o impulso e a sua maneira de rodopiar. Tal como a força dos amigos, é a maneira mais ou menos precisa ou desajeitada que o vai fazer rodopiar de maneira mais graciosa ou desengonçada.
Vencemos na vida pela sorte que ela nos dita, mas também pelo cuidado que pomos no lançamento do dado, já que nem sempre o factor sorte é exclusivamente necessário. Pois somos nós também quem dita e aproveita o factor sorte que nos é atribuído ao acaso pelo destino.
"Na vida o factor sorte tem a sua força, claro, mas não mais do que a nossa determinação e persistência em seguirmos o caminho que queremos para nós..."
Uma vez mais fomos postos à prova numa situação de desespero quando tivemos que recorrer à ajuda de médicos, enfermeiros e auxiliares... Uma vez mais a nossa ansiedade na procura de respostas a uma situação de emergência. Uma vez mais o susto passou e parece que tudo acabou por ficar bem apesar da turbulência de sentimentos e momentos de angústia passados. O processo é doloroso para o doente e quem espera. No momento, ficam as dúvidas: será que o que nos vão fazer está certo, será que é mesmo necessário fazer o que nos é dito? No entanto, fica a certeza de que, a forma como somos atendidos à porta de uma urgência de hospital, faz toda a diferença na maneira como podemos aceitar a situação, acreditar naquilo que nos estão ou pretendem fazer e ter fé nas pessoas que nos terão de cuidar a partir do momento em que entramos nas portas de um S.O. de um hospital quer seja público ou privado.
Nós somos testemunhas de que apesar de todas reivindicações, greves e descontentamentos que possam ter os profissionais de saúde e da razão que neles possam ter, não é o Governo que paga ou é responsável pelo papel que possam ter na vida de quem em desespero espera ser sossegado e estar confiante na ajuda que lhes possam prestar. É sim, a humanidade dos profissionais de saúde perante pessoas que podem ser de qualquer estrato social, condição económica ou capacidades intelectuais, (que, perante a fragilidade em que se encontram, estão em pé de igualdade), que faz a diferença. É verdade... é necessário pouquíssimo tempo para trazer ao doente e à família que o acompanha a confiança naqueles profissionais de saúde que daquele momento em diante serão responsáveis por quem se deita numa marquesa do hospital. E esse tempo de acompanhamento e clarificação, que numa situação de emergência pode não ser possível, tem que ser dado quando as condições o permitirem para que haja uma aceitação e maior colaboração para quem entra pela porta de um S.O. e para quem acompanha o doente.
De facto, quem trabalha numa emergência de um hospital, para além da competência, tem que ter a capacidade de atenção e cuidado com quem está pela frente, e isso faz toda a diferença. E, foi isso que encontrámos e descobrimos, uma vez mais. Uma urgência não é um local fácil para todos, equipa e doentes, mas ter uma palavra ou o apoio de uma mão atenciosa, torna tudo mais fácil, tanto de um lado como do outro.