MÊS DE MAIO - MÊS DAS ROSAS - MÊS DE MARIA

 

O mês de Maio está a chegar ao fim. Um mês intenso, cheio de tantos momentos muito fortes... e de uma crença no reencontro que o marcará para sempre como um mês muito especial para mim e para milhões de pessoas __ o mês de Maio, mês das rosas. Mês de MARIA e de milhões de crentes que são abençoados na sua FÉ, independente da sua crença religiosa, condição física, nacionalidade, língua materna ou cor da pele.

No mês de Maio, Fátima é um espaço aberto a todos os que se cruzam  nesta caminhada que deve ser uma dádiva do Universo a que pertencemos,  quer falemos em português, espanhol, francês, inglês, holandês ou alemão. Línguas de muitos marinheiros que deram, ao "Mundo de então", outros mundos, outras culturas, outras religiões, outras gentes... que unificaram muitos povos, tantos deles tão diferentes. A pergunta que se põe é: como se justifica a ganância, a guerra, a brutalidade e todo o mal que se tem feito (e faz) na Humanidade?!... Deus terá os seu desígnios, mas como se justifica a forma tão cruel para tantos milhões seres humanos e animais que sofrem?!... 

Somos uma pequena gota num mar imenso de gente, num planeta perdido no meio de um Universo que vai até ao infinito. Será que realmente há um Deus que nos ouve? Só nos resta pedir que, por mais um dia, o dia de hoje, possamos estar agradecidos por quem somos, de onde viemos e, sobretudo, tentar fazer um esforço para nos tornarmos mais completos e genuínos como seres humanos. Mas, se "o Homem e a Mulher foram feitos à imagem e semelhança se Deus", será que esse Deus também se pode enganar e assumir o seu erro antes que seja tarde demais?... Deu-nos o livre arbítrio de fazermos as nossas escolhas, mas quem não tem alternativas? 

As dúvidas são muitas, muitas coisas não se explicam facilmente, mas a vida terrena não pode terminar aqui, terá que continuar para além da vida neste planeta... felizes daqueles que têm essa crença gravada nos seus corações. É essa crença que procuro no dia a dia e que este mês de Maio me trouxe em parte.

A CERTEZA DA INCERTEZA PERANTE A TELA...

 

Minha alma atormentada que queria sair de mim.

É grito de certeza, ternura e amor.

Amor por quem ama, quer e respeita.

Amor que se solta livre de todos e de mim.

A tinta é rosa, as mãos, os dedos, a bata e o peito.

É momento de grito, acalmia e silêncio...

Shuuuu!... Que gosto tanto de ti. 

Os anos passaram, 

O cantinho é outro... 

mas fica a certeza de que é este o caminho... 

Caminho que se vai fazendo ao sabor do tempo, da oportunidade e da vontade... 

Cada nova tela é uma incógnita; 

Cada folha de papel, em branco, preto ou a cores,  A3, A4 ou A5, um novo desafio... 

As dúvidas são imensas mas a alegrias também. 

As tintas são das cores do arco-íris; 

Os lápis vão do negro ao branco; 

O pincel pinta, 

O lápis risca

e a tesoura corta... 

Tudo se conjuga para que possa funcionar....

Por vezes, falha-se ...

E, com o erro se aprende.

E é na insistência e procura de novas técnicas e materiais que se vai progredindo no caminho.

HOJE, Sim... 

a certeza fica no acto.

Na incerteza de uma tela vazia...

DESPEDIDA OU REENCONTRO?!...

 

Quando se perde alguém que tanto amámos, ficamos perdidos no tempo e no espaço e é então que secamos as lágrimas e no voltamos para os amigos, os de hoje e os que já "partiram". A Vida não fica aqui... Tem que haver algo mais. Uma outra dimensão? O que quer que seja... Temos que deixar partir os nossos entes queridos, com lágrimas de tristeza pela sua ausência, mas com a certeza de que terão que seguir o seu caminho, guardando no coração e na memória aquilo que foram e nos disseram enquanto partilharam a viagem connosco.

Como alguém disse:

"Diante de Deus todos somos iguais, então para quê orgulho, arrogância, apego aos bens materiais. Tudo que temos é HOJE, e tudo o que está ao nosso alcance é ser feliz enquanto é tempo. Precisamos de parar de criar problemas, parar de reclamar de coisas tão insignificantes, antes que a alma nos roube a vida.

Façamos o bem. Pois tal como no jogo de xadrez, no final, o rei e o pião são guardados na mesma caixa. A nossa vida pertence-nos, a nós e a Deus. Vale a pena reflectir sobre o que temos feito dessa maravilhosa dádiva que Deus nos deu. Nascemos sem nada trazer, morremos sem nada levar. No intervalo entre a vida e a morte, brigamos por aquilo que não trouxemos nem levamos."

Pensemos nisso. Vivamos mais. Amemos mais. E sejamos mais felizes. Em vez de pensarmos apenas na tristeza da perda, pensemos na sorte de ter feito parte integrante da vida de quem por tantos motivos admirámos e que continuará a ser um ponto de luz que, nos guia agora no nosso caminho, mesmo sem ele. Sem dúvida de que os cientistas dirão que as estrelas não são mais do que astros, sóis distantes no firmamento. Mas, para nós, podem ser estrelinhas que olham por nós e nos esperam quando chegar a nossa vez de partir também. Hoje, temos mais uma estrela cintilante no Céu. Uma estrela que aquece os nossos corações sobretudo em dias de tempestade e que é uma fonte de inspiração para sermos mais completos e genuínos.

Como ele gostava de ir ver passar os aviões durante a noite!... Agora sei que via também as estrelas entre as quais se encontra hoje, fazendo parte desta nossa constelação que é a vida que nós conhecemos e aquela que tememos e está além dela. A Fé dá-nos alento e a certeza de que a nossa viagem pelo planeta Terra, não é mais do que uma passagem que só faz sentido, se um dia apanharmos um avião para nos juntarmos às estrelas que cintilam no Céu.

A vIda é um sopro... temos que aproveitá-la tanto quanto possível. O único momento que temos é o AGORA, o momento presente, porque cada momento bem vivido transforma os do passado num sonho de ventura e os do futuro em momentos de esperança. E, uma Vida bem vivida, só vale a pena se deixa saudade. Saudade do que já passou e Esperança  no que há-de vir. É por isso que temos que aproveitar cada momento até à última gota onde quer que bebamos a nossa Fé...

FLORES - CELEBRAÇÃO DA VIDA

Há cactos com espinhos mas também os há macios, carnudos e delicados, em forma de espiral como se de uma rosa se tratasse. Cactos que podem resistir  à passagem do tempo, ao esquecimento, à secura do ambiente, mas que apesar de tudo florescem quando são tratados pela Natureza ou pelo Homem na sua real necessidade... carinho, água q.b., ou simplesmente sobrevivem por si, nessa luta pela sobrevivência e na magia que só as energias do Universo conseguem alimentar.

Assim é a nossa Fé, não tem que pertencer a nenhuma Igreja ou religião, não tem que vir do exterior, tem apenas que existir numa necessidade de sobrevivência espiritual e nos desígnios de uma força superior seja ela qual for...

Esta roseira veio extremamente pequenina e delicada, tentando sobreviver. Hoje, continua pequenina mas já deu as suas rosas, também elas pequeninas, mas numa promessa de vida e sobrevivência... que, tal como a nossa Fé, possivelmente, irá crescer num agradecimento a esse Universo que não se explica e que tem que existir apesar dos espinhos das guerras, sofrimento e injustiças que se vão vendo alastrar Mundo fora.  

 

ROSA - SÍMBOLO DE VIDA

Pela sua geometria em forma de espiral, a rosa, "rainha das flores", é o símbolo da Vida ... O seu significado varia consoante a sua cor ou tonalidade, mas a vermelha, cor de sangue, é a minha de eleição... 

Adoro as amarelas, cor do Sol, da energia, prosperidade, respeito e amizade; as brancas cor da pureza, tranquilidade e charme; as cor-de-rosa que significam ternura, ingenuidade e romantismo; as negras ("Príncipe Negro") que podem representar seriedade e nobreza.

Mas, as rosas vermelhas, representam muito mais do que o amor e paixão. Representam o amor e respeito pela pessoa amada, incluindo as mães. São também símbolo da ressurreição e sangue de Jesus. Sempre associadas a coisas alegres...

Mais uma Rosa de seu nome. Também ela mãe de uma filha que nasceu no mês de Maio, mês das rosas. Também ela uma das mães lutadoras que souberam transmitir aos filhos os verdadeiros valores e sentido da Vida. 

PÉROLAS

Quando os espinhos da vida e as nossas perdas se transformam em pérolas, a vida toma sentido...

 

A VIDA PARA ALÉM DA PARTIDA... A ETERNA PERGUNTA

Todos nós nos perguntamos: "quando chegar a hora, como é?" As religiões tentam explicá-lo. Nós procuramos a resposta. O que está para além dessa porta que apenas se entreabre e nos permite termos as nossas crenças, independentemente daquilo que nos foi transmitido? Energia, apenas? Ou algo mais que nos transcende? 

Por vezes, temos as nossas crenças seguras e definidas. Conseguimos discernir entre o bem e o mal. Acreditamos plenamente que a vida não acaba aqui... Que não pode acabar. Que a vida tem que ter um propósito... 

Outras vezes, as dúvidas assaltam-nos. Como é possível tanta maldade e crueldade em nosso redor?!... Que acontece a quem fica perdido na vida, num campo de batalha, dentro de si?!

Para quem está atento aos sinais, tudo parece claro, tranquilo e calmo, apesar do espinhos da vida...

É essa força, que nos é transmitida por quem tanto queríamos e já partiu, que nos faz ter FÉ, e acreditar que esta vida não é mais do que uma passagem... Caminho que devemos tentar percorrer tanto quanto possível de acordo com uma consciência de bem fazer, de alegria e perdão, por mais pedras que possamos encontrar no caminho. Pedras que são muitas vezes rijas, mas que até a frescura e delicadeza da água de um regato conseguem ir limando, adoçando e, (quem sabe?!), até tornar belas.

 

"ROSA, NOME DE MULHER..."

 

.

"AQUI..."

AQUI, me receberam de braços abertos.

AQUI, me perdi...

AQUI, me encontrei... e me perdi , outra vez.

AQUI, vivi momentos de intensidade humana que, só quem por eles passa, consegue avaliar.

AQUI, nos rimos, brincámos, sorrimos.

AQUI, chorámos, desesperámos, gritámos, chamámos, ajudámos.

AQUI, partilhámos,

AQUI, nos esquecemos,

AQUI, sonhámos,

AQUI, julgámos,

AQUI, criticámos,

Tivemos medos,

Tivemos coragem.

AQUI, um montão de gente,

AQUI, um montão de verbos,

Que, por si só, nos dizem, que

AQUI, vivemos!

DAQUI, ficaram os momentos que não esquecemos...

Este foi um quadro que ofereci na minha última escola, onde havia uma pessoa que se chamava Rosa e que representava a qualidade daquele grupo de pessoas profissionais, atentas, acolhedoras e sempre prontas a ajudar...

*****

Ontem, queria pintar uma rosa...

celebrar esse nome lindo de mulher, 

duma mulher muito especial... 

Mas, afinal, já pintei rosas...

Já o fiz em relação a outras Rosas. 

Hoje, coincidência ou não, ao levantar-me manhã cedo e ao sentar-me no meu cantinho, deparei-me com a fotografia deste quadro que está mesmo à minha frente, entre outras que guardo... e que pintei faz vários anos. Foi então que fui procurar o "post", que escrevi há já alguns anos também, e que aqui acabo de transcrever em parte.

Ontem, em casa dos meus pais, sentei-me no meu lugar de sempre e atrás de mim lá estava a rosa que pintei para o meu pai, como forma de representar a sua avó que ele tanto admirava pela sua inteligência, determinação e garra... Maria Rosa. 

Quadro inspirado na rosa vermelha de Dalí

Agora, queria pintar uma outra Rosa de seu nome... Ainda não sei como. Mas, possivelmente, em retrato, numa homenagem a mais uma mulher do Norte, "de enorme coragem, com a riqueza colorida da flor em inteligência e humor", como a descreve quem tanto a ama e bem conhece. E, tanto quanto me for possível, tentarei representar este nome bonito duma Mulher especial, neste mês que é o mês de Maio - "mês das rosas"...

Só que, desta vez, o desafio será maior. Fá-lo-ei longe, da minha professora, contrariamente ao que aconteceu com aqueles dois quadros que pintei no seu atelier, sob sua orientação e possivelmente com algum toque "mágico" da sua parte... Agora, estarei longe dela fisicamente mas, ainda assim, próxima e à distância de um "clic" neste meu cantinho... Certamente não será a óleo sobre tela, vamos ver o que consigo. Só sei que, estou desejosa de o fazer e não sei por onde começar... 

*****

Agora, à tarde, a magia das novas tecnologias, uma vez mais, veio em meu "socorro". Uma vez mais, a minha professora faz "magia", me dá a sua mão e o projecto começa a tomar forma: "ROSA - NOME DE MULHER"...

ROSA

RETRATO - UMA FORMA DE FIXAR MOMENTOS, PESSOAS, SENTIMENTOS ...

Retrato, uma forma de marcar um momento que nos foi tão caro...

Tentar retratar alguém pela riqueza da sua expressão e beleza do seu olhar...

Registar um momento tão especial e bonito para a vida...

 

Ser grata por uma Amizade que se tem mantido com a passagem do tempo, ajudando-nos a crescer como pessoas; aprofundar raízes e fazer parte dessa Árvore cujos ramos vão crescendo tornando mais acolhedora a partilha dessa sombra que vai sendo, cada vez  mais, mais consistente e reconfortante  ... 

RETRATO - PEQUENOS TOQUES FAZEM A DIFERENÇA

ETAPA FINAL

Até aqui chegar, pequenos toques foram fazendo a diferença:

A cara bolachuda, foi dando lugar a um rosto mais estreito e delineado, com alteração do contorno, mas também com o recurso a sombreados, ora acentuando-os, ora atenuando-os. A introdução de cor também tornou mais interessante todo o conjunto.

Depois de tudo, ainda alguma coisa não estava bem. 

Os olhos, o nariz demasiado marcados.... 

Um ponto de luz, um atenuar de sombras, o afastamento das sobrancelhas, o "abrir" um pouco o olho esquerdo e todo o conjunto ganhou leveza e o sorriso tornou-se mais leve, jovem e bonito.

 

RETRATO A CORES EM PASTEL SECO - DIFICULDADE NA SUA FIXAÇÃO

Uma nova experiência... 

agora, o retrato a pastel seco e em cores. 

Já tinha tentado fazer um retrato a lápis de cor, em Janeiro de 2021. 

Gostei imenso da experiência. 

Mas, a pastel seco, é diferente e dá um prazer ainda maior. Sobrepôr tom sobre tom... Reforçar o traço aqui e ali... Esbater... O único inconveniente é o de que é mais sensível e facilmente se apaga. O que, por exemplo, torna mais complicado quando se aplica o fixativo. Parte das camadas de pastel são atenuadas com a aplicação do "spray", perdendo-se  alguns dos pormenores e tonalidades. Tento afastar a lata de "spray" uns quantos centímetros; vou-o aplicando por camadas sucessivas procurando utilizar pouco de cada vez, mas ainda assim perde-se um pouco do trabalho final. Terei que tentar outra marca de fixativo?!  Alterar a forma de o aplicar?!... Como? Ainda não sei. E isso tanto é válido para o pastel seco como para o carvão.

Mais um trabalho feito a pastel seco com a sobreposição de tonalidades várias. Uma vez mais a aplicação do fixativo foi um problema. Ao aplicá-lo, mesmo com alguma distância, há alterações nas camadas de pastel. Surgem pequenas manchas, que nalguns casos até se tornam interessantes, mas que alteram o que fizemos.

Uma forma de tentar ultrapassar isso, é voltar a aplicar o pastel para corrigir o efeito do "spray" do fixativo no trabalho inicial e voltar a aplicar o fixativo. Talvez seja o suficiente, mas já não é a mesma coisa.

 

RETRATOS E O GOSTO EM OS OFERECER...

Os retratos estão feitos; o fixativo aplicado com cuidado e alguma insistência para se tornar mais eficaz; a folha de papel vegetal que os protegem melhor a cobri-los. Mas heis que surge a dúvida de como os oferecer. Quando se trata de tamanhos standard como o A4 ou o A3, conseguem-se encontrar bolsas plásticas para o efeito no mercado. Só que quando os tamanhos o papel são diferentes é que surge o problema, essas bolsas ou são demasiado pequenas ou demasiado grandes. 

As folhas de desenho onde fiz estes retratos não têm as dimensões normalizadas daí que as pastas A4 ou A3 não sejam adequadas ao seu tamanho. Foi então que surgiu a hipótese de fazer uma capa personalizada com recurso a uma cartolina de cor.

Escolhendo as cores e tons que melhor condissessem com os dos respectivos trabalhos, dobrei as cartolinas de maneira a formarem um "envelope" e personalizei-as com o auxílio de "stenceis" usando Pan-pastel.

Aproveitei o resto das cartolinas para fazer o postal que acrescentei a cada um dos trabalhos. E, assim, acabou por ficar uma prenda mais engraçada e original. 

 

RETRATOS A SANGUÍNEA SOBRE FOLHA DE COR

Este foi um trabalho solto e que adorei fazer. Camada sobre camada, fui aplicando a sanguínea e pastel seco branco... mais um traço,  mais um reforço do branco, outra vez a aplicação da sanguínea... até que cheguei à fase de ir riscando aqui e ali com traços soltos e despreocupados. Então,  o prazer foi reforçado. Libertamo-nos completamente, embora não deixando de tentar uma aproximação, tanto quanto possível, da fotografia. Neste caso, gostei muito do resultado final.

 

Também neste trabalho adorei fazer a aplicação da sanguínea e do pastel branco.... mas, o resultado final, no que respeita à fidelidade à fotografia não me satisfez. Talvez fossem detalhes de luzes e sombras... caso dos dentes, que são essenciais para a definição da boca, e que foi muito difícil reproduzir. Talvez tenha dado um ar pesado ao rosto, ao riscar demasiado e feito marcações muito fortes. Ao comparar o desenho com a fotografia, pedacinho a pedacinho, parecia-me estar tudo mais ou menos no lugar, mas a realidade é que não funcionava como um todo. Que fazer? Desistir? Insistir? 

Estive para desistir e recomeçar de novo... Mas não. Sem grande rigor e de uma forma solta, dei mais umas sombras, mais uns pontos de luz, fiz mais uma correcção aqui e ali, suavizei um pouco ... o cabelo ficou muito mais solto, e cheguei a um final que me parece um pouco mais satisfatório e equilibrado. Ainda assim não sei se irei ficar por aqui... 

Pois é, ainda dei mais uns pontos de luz e fiz mais umas pequenas correcções ... agora, penso que não consigo fazer mais nada para tornar o retrato mais leve, expressivo e solto. Finalmente, consegui o equilíbrio que pretendia.

Estes foram os dois primeiros retratos que fiz a sanguínea tentando fazer a sua reprodução a partir de uma fotografia. Correram bem.  No caso do jovem, segui um pouco à risca as soluções dadas pelo tratamento do "Sketch Photo", enquanto que no retrato da moça, fui mais livre e não tive a preocupação de seguir a fotocópia com rigor. Procurei dar-lhe um cunho mais pessoal, libertando-me mais. No entanto, tanto num como no outro dos retratos, gostei do resultado final. Foi uma boa experiência...

O material a utilizar não podia ser mais reduzido: a folha de papel colorida para pastel, o pauzinho de sanguínea e o de pastel seco branco, para além de uma borracha para "limpar" o papel de manchas indesejáveis. Não esquecendo o "spray" fixativo para carvão e pastel seco. Querendo fazer a "batota", pode ainda utiliza-se a fotocópia da fotografia, para se poderem marcar os pontos principais do desenho com a ajuda de um papel químico ou de um lápis de grafite macio que, ao preencher o verso da fotocópia, funciona como papel químico (que, para mim, não marca tanto e que se pode apagar mais facilmente, se houver necessidade disso...)

Na fotografia seguinte, está um exemplo da preparação da folha com a grafite:

  

Não nos podemos esquecer ainda dessa ferramenta preciosa que é o telemóvel, que nos permite com mais precisão ir fazendo comparações entre a fotografia e o desenho que estamos a executar. O que nos facilita encontrar erros de pormenor e, inclusivamente, de perspectiva e proporções...

De resto, é pôr mãos à obra e ir fazendo os ajustes necessários com paciência e empenho... É um exercício essencialmente de observação e em que, muitas vezes, o olhar de quem está "de fora" nos pode ajudar a encontrar erros como os de proporções, formas ou situações de que, quem está envolvido, muitas vezes, não se apercebe.